Um tremor de terra foi registrado na última segunda-feira (26) no municÃpio de Rio Verde de Mato Grosso, localizado na região norte de Mato Grosso do Sul. O abalo sÃsmico, que alcançou a magnitude de 3.0 na escala Richter, foi detectado dentro da bacia sedimentar do Pantanal, na região da Nhecolândia, uma área conhecida por sua atividade sÃsmica recorrente.
De acordo com dados do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), Mato Grosso do Sul registrou 34 abalos sÃsmicos nos últimos 11 anos, todos em municÃpios do Pantanal e das serras de Bodoquena e Maracaju. A professora Edna Maria Facincani, coordenadora do Laboratório de Sismologia da UFMS, explicou que terremotos são comuns no Pantanal porque a bacia pantaneira ainda está em formação. "Esses sismos ocorrem devido ao esforço acumulado na região, que precisa liberar essa energia na forma de tremores", disse a especialista.
O professor George Sand, do Centro de Sismologia da USP, complementa dizendo que a região onde ocorrem esses tremores possui uma falha geológica conhecida como "Falha de Coxim", que contribui para a atividade sÃsmica local. "Essa falha tende a se movimentar, e por isso, embora os tremores não sejam de grande magnitude, eles são recorrentes em cidades como Sonora, Miranda, Rio Verde de Mato Grosso, Corumbá e Coxim", afirma Sand.
O municÃpio de Miranda é o que apresenta a maior concentração de abalos sÃsmicos no estado, com 14 ocorrências, representando 44% dos registros em Mato Grosso do Sul. Facincani relembra que abalos significativos marcaram a história do estado, como o terremoto de 1964, com magnitude de 5.1, e os de 2009 e 2015, com magnitudes de 4.8 e 4.0, respectivamente.
A professora Edna explica que a percepção dos tremores depende de diversos fatores, como a profundidade do foco do terremoto, a magnitude do evento e a distância do epicentro. "Um tremor de terra de magnitude 3, como o ocorrido em Rio Verde de Mato Grosso, pode não ser sentido por todas as pessoas, ainda mais com a profundidade que foi, de 5km, e afastado da cidade ainda", afirma.
Mapa de sismos do Brasil entre 1720 e 2023. Foto: Reprodução - Rede Sismográfica do Brasil