Com 108 dias de atuação para controlar os incêndios florestais no Pantanal em Mato Grosso do Sul, o Corpo de Bombeiros continua o trabalho em diferentes áreas do bioma para extinguir os focos. As ações são coordenadas pelo Governo do Estado e são realizadas com instituições parceiras da esfera federal e do terceiro setor.
Nos dias anteriores, as operações de combate aos incêndios florestais no Estado estavam em ritmo relativamente tranquilo, com uma baixa quantidade de focos de incêndio.
No entanto, as condições climáticas adversas desde ontem – caracterizadas pela elevação da temperatura e pela baixa umidade relativa do ar – resultaram em um aumento considerável no surgimento dos pontos de calor. Foram detectados focos ativos e equipes continuam empenhadas em combates, além de estarem em prontidão garantindo resposta rápida e eficaz.
Os bombeiros atuaram em seis focos de incêndio ativos – detectados por meio do monitoramento por satélites – nas áreas do Rabicho, Porto da Manga, Nhecolândia, além de dois no bioma Cerrado – nos municípios de Brasilândia e Bonito. As equipes de combate foram rapidamente mobilizadas para conter as chamas e evitar a propagação dos incêndios.
Na região próxima ao município de Bonito, o foco de incêndio ativo em uma área rural, tem atenção especial de duas equipes para combate direto e contenção do foco para que não se propague. O objetivo, além de extinguir as chamas, é evitar que o foco de incêndio se aproxime aos biomas da região.
Retorno do forte calor e tempo seco
As condições climáticas atuais apresentaram cenário desfavorável para as operações de combate a incêndios, pois a temperatura na região pantaneira atingiu picos de 33°C, o que aumentou significativamente o risco de incêndios florestais. Além disso, a alta temperatura, aliada com 31% de umidade relativa do ar (próximo ao estado de atenção, conforme a Organização Mundial da Saúde), pode provocar desgaste físico maior nas equipes de combate, dificultando ainda mais as atividades.
"Devido as condições meteorológicas nos últimos dias, e que devem se manter para os próximos sete dias, tem sido observada temperaturas acima da média. Aliado as temperaturas, segue a previsão de baixos valores de umidade relativa do ar, entre 15% e 30%. Todas essas condições previstas tornam o ambiente atmosférico propício aos incêndios florestais", alerta a meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS), Valesca Fernandes.
As rajadas de vento, em 36 km/h, aumentam o risco de propagação rápida do fogo e também complicam a direção e controle das chamas, o que torna o trabalho das equipes mais perigoso. As condições climáticas atuais criam ambiente hostil para as equipes de combate a incêndios. A combinação de altas temperaturas e ventos fortes exige atenção redobrada e estratégias eficazes para minimizar os riscos e controlar os focos de incêndio com segurança.
Até terça-feira (16), a área queimada foi registrada em 592,9 mil hectares e a quantidade de focos era superior a 3 mil, concentrados principalmente em Corumbá (86,3%), Porto Murtinho e Aquidauana que juntos somam 98,4% do total, de acordo com dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Com mais de 2,6 mil ocorrências de incêndios florestais atendidas pelos bombeiros – também desde o início do ano –, os casos registraram aumento de 46,5% (em relação a 2023).
Força-tarefa conjunta e coordenada
Desde o início da Operação Pantanal 2024, foi mobilizado efetivo de aproximadamente 1 mil bombeiros, além de outros militares – Força Nacional, Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) –, agentes do Ibama, ICMBio e brigadistas do PrevFogo.
Atualmente, o Corpo de Bombeiros opera com 12 bases avançadas nos arredores de Corumbá, que são importantes para as operações de combate a incêndios florestais, vigilância e monitoramento de áreas críticas. As equipes nessas bases gerenciam viaturas e embarcações, mantêm materiais e equipamentos especializados e desempenham outras atividades vitais para garantir a eficácia e segurança das ações.
A frota empenhada atualmente na Operação Pantanal 2024 está composta por 13 aeronaves para pronto emprego - air tractors, helicópteros e aeronave KC390 –, além de caminhões de combate a incêndio, embarcações, veículos equipados com kit pick-up.
Por Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
Galeria: Álvaro Rezende
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